A.C.Camargo Next Frontiers

Dados do Resumo


Título

Sobrevida global de pacientes com glioblastoma de sistema nervoso central no período pré e pós pandemia de COVID-19 no estado de São Paulo,2000-2022

Introdução

O glioblastoma (GBM) é o tipo mais prevalente e mortal de tumor maligno que se origina no sistema nervoso central. Conforme a Classificação da Organização Mundial da Saúde de 2016 (OMS), esse tumor de alto grau é classificado como grau IV. Sua frequência é maior em adultos com idades entre 45 e 70 anos, embora possa se manifestar em qualquer faixa etária, com uma incidência que aumenta com a idade. O diagnóstico tardio e a presença de fatores de risco modificáveis na população contribuem para esse panorama. Apesar de a causa exata do glioblastoma ainda não ser totalmente compreendida, alguns fatores podem elevar o risco, como a exposição a radiações ionizantes e determinadas condições genéticas raras. A maioria dos casos surge de forma esporádica, sem uma causa claramente identificada.

Objetivo

Calcular a sobrevida global em pacientes com glioblastoma e acordo com sexo, faixa etária e ano de diagnóstico.

Métodos

As informações foram coletadas do Sistema do Registro Hospitalar de Câncer da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), que se encontram disponíveis de forma pública e anônima. Pacientes com glioblastoma (Classificação Internacional de Doenças em Oncologia CID-O 9440/3), diagnosticados entre 2000 e 2022 foram selecionados. Variáveis sociodemográficas e clínicas serão apresentadas através de frequências e porcentagens ou pela média, mediana e desvio padrão. A sobrevida global será calculada desde a data de diagnóstico até o óbito ou última informação, as curvas de sobrevida foram construídas pelo método de Kaplan-Meier e comparadas pelo teste log-rank. O hazard ratio (HR) foi calculado usando a regressão de Cox, assim como o intervalo de confiança de 95% (IC95%). As análises foram realizadas no SPSS for Windows v.25 considerando um nível descritivo p<0,05 para rejeitar as hipóteses nulas.

Resultados

Entre 2000 e 2022, se diagnosticaram 5195 casos de glioblastoma (GBM) do sistema nervoso central no estado de São Paulo, segundo informações da FOSP. Do total de casos, 58,3% eram homens (3030 casos), a média da idade no diagnóstico foi de 57 anos (variando entre 0 e 95 anos). A maioria dos pacientes realizou algum tipo de tratamento (91,4%) durante o período estudado, o ano de 2022 apresentou ainda a menor frequência de realização de tratamento (90,6%). O tempo de seguimento mediano foi de 7 meses, com sobrevida mediana de 7,8 meses. A sobrevida global em 1 ano para aqueles diagnosticados antes da pandemia foi de 35,9%, pacientes diagnosticados em 2020 tiveram uma sobrevida de um ano de 38,2%, para 2021 foi de 36,7% e em 2022 a sobrevida em um ano foi de 28,3% representando uma queda de 21,1%.

Conclusões

A maioria dos pacientes com glioblastoma sucumbe à progressão da doença por ser detectada em estádios avançados por não ter definido de forma clara os seus fatores de risco. O tratamento inicial recomendado para esse tumor envolve uma abordagem cirúrgica, seguida por radioterapia. Devido a isso, avanços na pesquisa são necessários para aprimorar métodos de diagnóstico precoce e o desenvolvimento de novas terapias para trazer melhorias para a sobrevivência e a qualidade de vida dos pacientes.

Palavras Chave

sobrevida global; Glioblastoma; Registro Hospitalar de Câncer

Área

4.Epidemiologia e Prevenção

Autores

DIOGO DIAS ARAUJO, TAIS VAZ, IURI SANTANA NEVILLE RIBEIRO, ROSSANA VERONICA MENDOZA LOPEZ