Dados do Resumo
Título
Sobrevida global de pacientes com adenocarcinoma de pâncreas no período pré e pós pandemia de COVID-19 segundo estadiamento clínico no estado de São Paulo,2000-2022
Introdução
O adenocarcinoma de pâncreas é um dos tumores sólidos mais agressivos caracterizado pela lenta manifestação de sintomas devido à natureza altamente invasiva e pelo rápido agravamento da condição do paciente após o diagnóstico. O adenocarcinoma de pâncreas é uma doença de prognóstico deletério em todo o mundo. A incidência do câncer de pâncreas (CP) vem aumentando ao longo do tempo e a população idosa é a mais afetada por essa enfermidade. O diagnóstico tardio e a prevalência de fatores de risco modificáveis para o CP na população contribuem podem contribuir para esse cenário.
Objetivo
Calcular a sobrevida global em 1 e 3 anos em pacientes com adenocarcinoma de pâncreas de acordo com sexo e estadiamento clínico.
Métodos
As informações foram coletadas do Sistema do Registro Hospitalar de Câncer da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), que se encontram disponíveis de forma pública e anônima. Pacientes com adenocarcinoma de pâncreas, maiores de 18 anos diagnosticados entre 2000 e 2022 foram selecionados. Variáveis sociodemográficas e clínicas serão apresentadas através de frequências e porcentagens ou pela média, mediana e desvio padrão. A sobrevida global será calculada desde a data de diagnóstico até o óbito ou última informação, as curvas de sobrevida foram construídas pelo método de Kaplan-Meier e comparadas pelo teste log-rank. O hazard ratio (HR) foi calculado usando a regressão de Cox, assim como o intervalo de confiança de 95% (IC95%). As análises foram realizadas no SPSS for Windows v.25 considerando um nível descritivo p<0,05 para rejeitar as hipóteses nulas.
Resultados
Entre 2000 e 2022, casos de adenocarcinoma de pâncreas foram diagnosticados no estado de São Paulo segundo informações da FOSP. Do total de casos, 51,1% eram homens (3714), a média da idade no diagnóstico foi de 63 anos (variando entre 20 e 97 anos). Estadiamento clínico III e IV foram os mais frequentes (14,3% e 63,9% respectivamente). O tempo de seguimento mediano foi de 4,7 meses, com sobrevida mediana de 5 meses. Os homens apresentaram menor sobrevida que as mulheres (HR 1,07; IC95% 1,02-1,12). Pacientes com estadiamento clínico IV tiveram 2,63 vezes risco de morrer comparado com pacientes com estadiamento clínico I (p<0,001).Considerando a mortalidade em um ano, pacientes que foram diagnosticados em 2022 aumentaram o risco de morrer em uma ano em 24% comparados com aqueles diagnosticados no período de 2000 a 2019 (HR 1,24; IC95% 1,08-1,41).
Conclusões
O câncer de pâncreas é uma neoplasia maligna agressiva que geralmente é detectada em estádios avançados e não tem definido de forma clara os seus fatores de risco. Por ser difícil de detectar e ter um comportamento muito agressivo, o câncer de pâncreas apresenta uma alta taxa de mortalidade. Através dos dados destacamos a importância da pesquisa contínua e dos avanços na detecção precoce e no tratamento, para melhorar os resultados e a sobrevivência dos pacientes afetados por essa doença.
Temática: Epidemiologia e Prevenção
Palavras Chave
sobrevida global; adenocarcinoma de pâncreas; Registro Hospitalar de Câncer
Área
4.Epidemiologia e Prevenção
Autores
DIOGO DIAS ARAUJO, TAIS VAZ, GUILHERME NACCACHE NAMUR, ROSSANA VERONICA MENDOZA LOPEZ