A.C.Camargo Next Frontiers

Dados do Resumo


Título

EVASÃO IMUNE DE MICROÊMBOLOS TUMORAIS CIRCULANTES MEDIADOS DO CD47 EM PACIENTES COM CÂNCER DE PULMÃO NÃO-PEQUENAS CÉLULAS

Descrição da inciativa

Células tumorais circulantes (CTCs) são células raras com potencial metastático, liberadas pelo câncer, capazes de fornecer informações em tempo real da biologia tumoral. Na corrente sanguínea as CTCs são rapidamente eliminadas por células imunes.
Como mecanismo de resistência ao ataque imune CTCs são capazes de agruparem-se com 2 ou mais CTCs formando Microêmbolos tumorais Circulante ou CTM (Circulating Tumor Microemboli) ou com células do sangue periférico e células imunes. CTMs aumenta a capacidade metastática e a resistência ao tratamento sendo descritos como fator de pior prognóstico em diferentes tumores sólidos. Para evadir do sistema imune CTMs podem expressar o cluster of differentiation 47 (CD47) a fim de inibir a fagocitose mediada por macrófagos. Sua expressão abundante em células tumorais funciona como um sinal inibidor da fagocitose, “não me coma”.
Em outros tumores sólidos a interação de CTCs com macrófagos foi estudada, mas para o Câncer de Pulmão Não-Pequenas Células (CPNPC) havia uma lacuna inexplorada. Aqui investigamos a implicação prognóstica da presença de CTMs e da expressão de CD47 nestas células em pacientes com CPNPC metastático.

Métodos: Foram coletados 10 ml de sangue total em tubo EDTA. A amostra foi filtrada, dentro de 4 horas após a coleta do sangue, no equipamento ISET (Isolation by SizE of Tumors, Rarecells, France), a uma pressão -10 KPa através de uma membrana de policarbonato composta por 10 spots formados por poros de 8 µm de diâmetro. Foi realizada imunocitoquímica com o marcador CD47 nos spots da membrana, que foram analisados posteriormente em microscópio de campo claro.

Impacto e resultados

Resultados: Este estudo prospectivo foi conduzido no AC Camargo Cancer Center, (CEP n.º 2496/18C) Foram incluídos 45 pacientes com CPNPC metastáticos. CTMs foram observados em 11/45 pacientes (24,5%). Usando o método de Kaplan-Meier observamos que a SLP mediana foi de 10 meses [IC 95% 2,14–17,86] para pacientes que com CTMs vs. 17 meses [IC 95% 8,55–25,45] para o grupo sem CTMs (p= 0,059). Além disto, a presença de CTM foi significativamente estatística para a progressão da doença. 6/11 pacientes com CTM progrediram (p= 0,017).
Por imunocitoquímica, observamos a expressão de CD47 em CTMs de 4/11 pacientes (36,37%). A SLP mediana para CTM CD47+ foi de 5 meses [IC 95% 2,45–7,54] vs. 15 meses para pacientes que não expressaram CD47 [IC 95% 2,7–27,29] (p = 0,041).

Conclusões: Neste estudo, observamos CTMs em 24,5% dos pacientes incluídos. Este foi o primeiro estudo a investigar a expressão de CD47 em CTMs de pacientes com NSCLC metastático e relacionar a expressão com SLP. Mostramos que a expressão de CD47 em CTMs está associada a pior SLP. Além disto, demonstramos que a presença de CTMs foi estatisticamente associada à progressão da doença e à redução da SLP. Este trabalho pioneiro proporcionou um novo olhar sobre os mecanismos de evasão imune usados por células de CPNPC o que pode contribuir com novos estudos para o desenvolvimento de estratégias para o tratamento desta doença que leva anualmente quase 2 milhões de pacientes ao óbito.
Palavras-chave: Câncer de pulmão; Câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC); Microêmbolos Tumorais Circulantes; Biópsia líquida, CD47.

Área

5.Pesquisa

Categoria

Mestrado acadêmico

Autores

JACQUELINE APARECIDA TORRES, Angelo Borsarelli Carvalho Brito , Virgilio Souza Silva , Iara Monique Messias, ALEXCIA CAMILA BRAUN, ANNA PAULA CARRETA RUANO, MARCILEI E C BUIM, DIRCE MARIA CARRARO, LUDMILLA THOMÉ DOMINGOS CHINEN