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Dados do Resumo


Título

Perfil epidemiológico de internações por Leiomioma de Útero no Brasil de 2020 a 2023

Introdução

O Leiomioma Uterino (LU), também chamado de mioma, é um tumor benigno do músculo liso, e que, frequentemente, se apresenta no miométrio de mulheres antes da menopausa, sendo os mais incidentes do aparelho reprodutor feminino. Vale ressaltar os principais fatores de risco, sendo eles: idade avançada, nuliparidade, obesidade, estado pré-menopausa, hipertensão, história familiar e obesidade.Em relação às manifestações clínicas, muitas pacientes com LU são assintomáticas, contudo, uma parcela significativa dessa população, por volta de 30%, pode apresentar sintomas, como metrorragia, dificuldade miccional ou fecal. Sabendo que a clínica do LU é variada, exames de imagem como a ultrassonografia são imprescindíveis para a confirmação do diagnóstico, sendo a ultrassonografia transabdominal e a transvaginal as mais utilizadas. A terapêutica pode ser feita tanto de forma conservadora, como também de forma cirúrgica. No entanto, o tratamento conservador apresenta uma alta taxa de recidivas. A terapêutica cirúrgica, por sua vez, é mais eficaz e possui uma menor probabilidade de recorrência, sendo a histerectomia um tratamento definitivo.

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico das internações por Leiomioma de Útero no Brasil entre os anos de 2020 a 2023.

Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e com abordagem quantitativa, realizado mediante coleta de dados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS vinculado ao DATASUS, conforme variáveis de internações no Brasil. As internações investigadas foram aquelas relacionadas ao Leiomioma de Útero de janeiro de 2020 a dezembro de 2023 na população brasileira, buscando-se apontar o período, região da federação e faixa etária de maior exposição.

Resultados

Entre os anos de 2020 e 2023, foram registrados um total de 327.982 casos de internações por Leiomioma de Útero no Brasil. A região com maior número de notificações foi a Nordeste, totalizando 138.920 (42,3%) internações, seguida pela região Sudeste com 102.188 (31,2%) internações. A região Sul teve 27.372 (8,3%) internações, enquanto a região Centro-Oeste apresentou 25.128 (7,7%) internações. A menor incidência foi observada na região Norte, com 34.374 (10,5%) internações. O ano com o maior número de casos foi 2023, com um total de 116.132 (35,4%) internações, seguido de 2022 com 101.358 (30,9%) internações. Já o ano de 2020 apresentou o menor número de internações com 50.145 (15,3%) casos. Ao analisar a faixa etária acometida por Leiomioma de Útero, em todos os anos, o maior intervalo etário foi o de 40 a 49 anos, com um total de 188.924 (57,6%) casos. Houve também uma predominância entre os indivíduos da faixa etária de 30 a 39 anos com 63.493 (19,4%) casos.

Conclusões

Diante dos dados apresentados, no que se refere aos índices de internação decorrentes de Leiomioma de Útero entre os anos de 2020 a 2023 no Brasil, observou-se o predomínio de acometimentos de mulheres na faixa etária de 40 a 49 anos, residentes principalmente das regiões Nordeste e Sudeste do país. Esses dados ressaltam a importância de políticas públicas voltadas para a saúde da mulher, com foco na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado do Leiomioma de Útero, visando reduzir o número de internações e elevar a qualidade de vida das pacientes.

Palavras Chave

Leiomioma; Epidemiologia

Área

4.Epidemiologia e Prevenção

Autores

BRUNO FRANCO