A.C.Camargo Next Frontiers

Dados do Resumo


Título

Perfil epidemiológico de internações por Doença de Hodgkin no Brasil de 2019 a 2023

Introdução

O Linfoma de Hodgkin é uma neoplasia linfoproliferativa caracterizada histopatologicamente pela presença de células neoplásicas com variada morfologia denominadas Reed-Sternberg. Os linfomas geralmente apresentam sintomas inespecíficos como febre, suores noturnos, perda de peso, prurido e astenia. Sabe-se hoje que o sucesso no tratamento da doença de Hodgkin está associado a diversos fatores,sendo os mais importantes à ausência de sintomas sistêmicos, o estágio da doença, presença de massas linfonodais grandes e a adequada escolha do tratamento para cada paciente. O tratamento baseado em quimioterapia, associada ou não, a radioterapia e até mesmo quimioterapia de altas doses com resgate de células progenitoras oferece ao paciente com doença de hodgkin um arsenal grande e uma real chance de cura que poucas patologias onco-hematológicas podem oferecer.

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico do público internado pela Doença de Hodgkin no Brasil entre os anos de 2019 a 2023.

Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e com abordagem quantitativa, executado mediante coleta de dados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS vinculado ao DATASUS conforme variáveis de internações no Brasil. As internações investigadas foram aqueles relacionados à Doença de Hodgkin de janeiro de 2019 a dezembro de 2023 na população brasileira, os quais se buscou apontar o período, região da federação e público de maior exposição, sendo aderido outras variáveis epidemiológicas como sexo e faixa etária.

Resultados

Entre os anos de 2019 a 2023 foram registrados um total de 26.980 casos de doença de Hodgkin no Brasil. A região com maior número de notificações foi a região Sudeste totalizando 12.684 (47%) notificações, sendo por outro lado o Norte a região de menor número com 1.247 (4,6%) internações no período estimado. O ano com maior índice de casos foi 2023, com um total de 5.768 (21,3%) internações notificadas, seguido de 2019 com 5.527 (20,4%) casos. Já o ano de 2020 foi o que apresentou o menor número com 5.108 (18,,9%) casos totais. Ao analisar a faixa etária acometida pela Doença de Hodgkin, em todos os anos, o maior intervalo etário foi o de 20 a 29 anos, cujo somatório foi de 6.608 (24,9%) casos. Houve por fim, predomínio entre os indivíduos do sexo masculino com 15.047 (55%) casos notificados.

Conclusões

Por fim, diante dos dados apresentados, no que se refere aos dados de internação decorrentes da Doença de Hodgkin entre os anos de 2019 a 2023 no Brasil, observou-se o predomínio de acometimentos de homens na faixa etária de 20 a 29 anos residentes da região Sudeste, sendo esse o possível caráter epidemiológico da doença no país no período dimensionado. Dessa forma, os resultados colaboram para um alerta a respeito das populações de risco, além de possíveis subsequentes medidas epidemiológicas para a prevenção e realização de políticas públicas voltadas para a doença de Hodgkin.

Palavras Chave

Doença de Hodgkin; Epidemiologia; Linfoma

Área

4.Epidemiologia e Prevenção

Autores

BRUNO FRANCO