A.C.Camargo Next Frontiers

Dados do Resumo


Título

Ambulatório de Melanoma Familial- experiência de 14 anos

Descrição da inciativa

O Ambulatório de Melanoma Familial (AMF) foi concebido a partir da expertise adquirida com o Projeto GenoMel (2007) (genética do melanoma), um estudo internacional, multicêntrico, do qual o A.C.Camargo foi instituição coordenadora e eu fui enfermeira coordenadora de pesquisa. Durante a execução do projeto identificamos e incluímos no estudo cerca de 65 famílias (e seus familiares de primeiro e segundo graus) que preenchiam os critérios clínicos para a Síndrome do Melanoma Familial. Com o encerramento do estudo foi necessário pensarmos numa forma de manter os atendimentos dessas famílias e de outras que viriam, de forma estruturada e eficiente. Assim, iniciamos a conversa com o Serviço Social para viabilizarmos uma espécie de convênio específico para que também os familiares sem câncer dos chamados casos-índice (aqueles que são acometidos pela doença) pudessem se beneficiar de um acompanhamento anual; já que, no contexto de síndrome hereditária de predisposição ao câncer, um dos diferenciais é acompanhar também os familiares. Dessa forma, alinhamos que os parentes de 1ºgrau sem câncer, dos casos-índices, poderiam fazer uma consulta anual no AMF, exéreses de lesões suspeitas e o tratamento necessário. O objetivo principal desta forma de seguimento é prevenção primária e secundária; ou seja, o rastreamento, a vigilância e a orientação da população de alto risco e o diagnóstico precoce, que faz toda a diferença no prognóstico do paciente. O AMF foi então estruturado em 2010 e hoje temos mais de 500 famílias cadastradas, muitas dessas com seus familiares sendo também acompanhados. As consultas contam com uma anamnese detalhada pessoal e de familiares, exame dermatológico completo (mapeamento e dermatoscopia das lesões melanocíticas), além de análise de fenótipos de risco. São muitos os benefícios, tais como: inúmeros novos melanomas diagnosticados em fase inicial (com espessuras menores do que o do primeiro melanoma), vigilância e acompanhamento personalizado, com parcerias bem definidas com a oncogenética e o diagnóstico molecular. Foram 10 artigos publicados ao longo desses 14 anos do AMF, sempre com o apoio e reconhecimento do chefe do CR de Tumores Cutâneos, e a rica contribuição de alguns profissionais que já não estão mais no grupo. O AMF segue acontecendo até hoje, todas as 5ª feiras no CR Tumores Cutâneos, Pires da Mota, sob minha coordenação e da Dra Bianca Costa Soares de Sá. Há cerca de 2 anos juntou-se a nós a Dra Joyce Gouvea Freire (dermatologista do grupo).

Impacto e resultados

O impacto em relação a conscientização da população de maior risco para o desenvolvimento do melanoma é muito importante. Além disso, existe um impacto real e prático que é o diagnóstico precoce de novos melanomas primários nessa população, que talvez não fosse possível sem um programa de vigilância rigoroso como o que temos; sem contar as oportunidades que surgiram de parentes sem câncer terem sido diagnosticados durante as visitas no AMF. E ainda, há um aprendizado contínuo, uma vez que as descobertas em relação às síndromes hereditárias de predisposição ao câncer são tão dinâmicas e demandam estudo e desenvolvimento continuados. Além disso tivemos contribuição científica relevante, com 10 artigos ao longo desses anos e potencial para novos trabalhos.

Área

7.Saúde

Categoria

Mestrado acadêmico

Autores

LUCIANA FACURE MOREDO, Bianca Costa Soares de Sá