Dados do Trabalho


Título

EFEITOS DA FOTOBIOMUDULAÇÃO NA IMUNIDADE E NA MICROBIOTA ORAL DE PACIENTES COM MUCOSITE ORAL

Introdução

A mucosite oral é um dos principais efeitos colaterais agudos da radioterapia em região de cabeça e pescoço. A prevenção e tratamento da mucosite oral podem ser realizados através da laserterapia de baixa potência, em boca, para realizar a fotobiomodulação celular, estimulando o sistema imunológico do paciente. Entretanto não há um completo entendimento da atuação da fotobiomodulação no sistema imunológico destes pacientes, bem como as alterações microbianas nesses pacientes e suas implicações.

Objetivo

Portanto, investigamos os mecanismos moleculares envolvidos na laserterapia como prevenção e tratamento da mucosite oral, com relação aos aspectos imunológicos. E assim buscamos analisar a microbiota oral desses pacientes em diferentes momentos durante a radioterapia.

Métodos

Foram avaliados 23 pacientes com câncer de cavidade oral, orofaringe e nasofaringe, tratados com radioterapia. O estudo foi aprovado pelo CEP do A.C.Camargo Cancer Center sob número 1709/12. Esses pacientes foram divididos randomicamente em 3 grupos com diferentes protocolos do laser, no qual o os grupos A (Potência de 15 mW e densidade de energia de 3,8 J/ cm²) e B (Potência de 25 mW e densidade de energia de 6,3 J/ cm²) foram os grupos experimentais com diferentes protocolos para laserterapia preventiva e o grupo C (Potência de 15 mW e densidade de energia de 3,8 J/ cm²) foi o grupo controle, laserterapia curativa para mucosite oral. Foram coletadas saliva em 4 momentos diferentes. Foi realizado RT-PCR (TaqMan® Gene Expression Assays), utilizando um painel de genes relacionados com o sistema imunológico, onde foi avaliado o nível de expressão gênica nas amostras coletadas. E está em andamento o sequenciamento alvo das regiões V3-V4 do gene 16S de 21 pacientes do estudo.

Resultados

Analisamos 60 amostras de saliva de 23 pacientes, dos quais a maioria eram homens (18/69,2%), com idade variando de 29 a 50,8 anos, tumor de orofaringe foi o mais comum observado (14/53,8%). No grupo A tiveram 10 pacientes, no grupo B 9 pacientes e no grupo C tiveram 7 pacientes. O Grupo A teve menor incidência de mucosite em relação aos grupos B e C. Foram analisados 52 genes, dos quais 42 genes apresentaram alteração de expressão ao longo da evolução da mucosite oral, sendo possível identificar que os genes CCL3, CCR7, SYK foram relacionados com a instalação e progressão da doença. Observamos também 12 genes com alteração na expressão, relacionados com regulação positiva do processo metabólico. Além disso, através das análises de expressão entre diferentes grupos estudados foi possível inferir que a modulação da expressão dos genes CCL2, CCL3, IL-1A, MIF, NFKB2, TNF podem dar respaldo molecular aos melhores resultados clínicos previamente observados na laserterapia preventiva do grupo A.

Conclusões

Assim, este trabalho gerou dados moleculares iniciais sobre os mecanismos da imunoregulação que estão envolvidos com a instalação e progressão da mucosite e com a fotobiomodulação usada no tratamento das lesões. E está em andamento estudar sobre a relação da microbiota na saliva, diante da radioterapia em região de cabeça e pescoço, influência da fotobiomodulação e da mucosite oral nestes pacientes.

Palavras-chave

mucosite oral, fotobiomodulação, imunorregulação

Financiador do resumo

Área

Estudo Clínico - Tumores de Cabeça e Pescoço

Autores

TERESA PAULA DE LIMA GUSMÃO, ROBERTA CARDIM LESSA, PAULO ANDRE GONÇALVES DE CARVALHO, FÁBIO ABREU ALVES, EMMANUEL DIAS-NETO, DIRCE MARIA CARRARO