Dados do Trabalho


Título

Carcinoma metaplásico da mama com diferenciação mesenquimal: um relato de caso.

Introdução

O carcinoma metaplásico de mama foi descrito pela primeira vez em 1973 por Huvos et al., e foi reconhecido em 2000 pela Organização Mundial da Saúde. É considerado um grupo heterogêneo de carcinomas invasivos da mama caracterizado pela diferenciação neoplásica em células escamosas ou mesenquimais. 2,3 Sua incidência na literatura varia entre 0,5 a 2% de todos os cânceres de mama.4,5. O subtipo com diferenciação mesenquimal é o mais raro dentre os subtipos histológicos. A diferenciação condroide já foi citada por Guillén Paredes et al em uma paciente de 61 anos.6

Objetivo

Relatar um caso de carcinoma metaplásico da mama com diferenciação sarcomatóide do tipo condróide em uma paciente de 61 anos.

Métodos

Paciente do sexo feminino, 61 anos, apresentou nódulo mamário à direita classificação BI-RADS 4 em ultrassonografia de mamas em 2022. Foi submetida a biópsia por agulha sendo diagnosticada com carcinoma mucinoso triplo negativo e tratada com esquema quimioterápico. No início de 2023 realizou mamografia para controle pós QT com achado de nódulo irregular, isodenso e de margens espiculadas medindo 2,5 cm na junção dos quadrantes superiores. A paciente foi submetida a setorectomia associada a biópsia de linfonodo sentinela. Na biópsia, a neoplasia apresentava carcinoma metaplásico com diferenciação mesenquimal do tipo condróide, com imunoexpressão positiva dos anticorpos GATA 3, CK7, E-Caderina, AE1/AE3, Ki-67 maior que 20%. As citoqueratinas apresentavam padrão de marcação forte citoplasmática e de membrana no componente epitelial e positiva fraca em algumas células do componente mesenquimal. Na peça cirúrgica, a neoplasia apresentou, em sua totalidade, padrão morfológico mesenquimal com diferenciação condróide, sem componente epitelial na amostra. O exame imunohistoquímico evidenciou tumor triplo negativo (RE, RP e HER-2 negativos) e com expressão positiva em 5% das células de Ki-67, E-Caderina, S-100 e positividade fraca, em citoplasma de raras células, de AE1/AE3.

Resultados

O carcinoma metaplásico com diferenciação mesenquimal pode ser composto de componentes epiteliais associados a componentes mesenquimais. Quando apresenta características malignas, pode mimetizar sarcomas de tecidos moles. O subtipo mesenquimal é o menos frequente. Em contraste com a literatura, no presente relato, em que a diferenciação mesenquimal mais frequentemente apresenta-se como uma mistura de componentes mesenquimais (p.ex.: condróide e ósseo). A neoplasia em questão mostrou padrão monofásico (diferenciação mesenquimal do tipo condróide). Casos pontuais foram descritos, como o de Guillén-Paredes et al (paciente de 61 anos com carcinoma metaplásico com elementos heterólogos de tipo condrossarcoma pouco diferenciado) e Párraga et al (paciente de 79 anos com carcinoma metaplásico de células fusiformes). 8 Muñoz et al fizeram um estudo retrospectivo e encontraram apenas nove casos diagnosticados desse subtipo. 9

Conclusões

O carcinoma metaplásico com diferenciação mesenquimal é uma entidade rara, tornando necessário o relato de caso. Além disso, observa-se que os carcinomas metaplásicos com diferenciação mesenquimal podem evoluir com metaplasia completa do componente epitelial e, posteriormente, apresentarem-se como neoplasia de padrão monofásico.

Palavras-chave

Carcinoma metaplásico mama, neoplasia mamária, diferenciação mesenquimal.

Financiador do resumo

Não há

Área

Estudo Clínico - Tumores de Mama

Autores

MARIANA ABDO DE ALMEIDA, Bruno Yugi Fernandes Toi, João Guilherme Ferreira Bertacchi, Hugo Pagan Cilotti