Dados do Trabalho


Título

Papel da enzima SCD1 no surgimento do carcinoma hepatocelular e no perfil de resistência à quimioterapia

Introdução

O carcinoma hepatocelular é diagnosticado em mais de meio milhão de pessoas todos os anos com taxa de sobrevida após 5 anos de 19,6%, podendo chegar a 2,5% em casos avançados (Chidambaranathan-Reghupaty et al., 2021) 1. A enzima SCD1 (estearoil-CoA desaturase 1) é uma enzima lipogênica central para a síntese de ácidos graxos monoinsaturados. Estudos sugerem que ela está associada a predisposição genética à hepatocarcinogênese, enquanto que a supressão desta pode reduzir a proliferação em linhagens de células de hepatocarcinoma de forma dependente de Akt ( de Lima Luna & Forti,2021) .

Objetivo

Avaliar o perfil de resistência que as células HuH7 do carcinoma hepatocelular apresentam aos quimioterápicos Sunitinib e Doxorrubicina e descrever as vias moleculares associadas ao mecanismo de resistência.

Métodos

Ensaio de Colônia: As células foram semeadas em placas de 6 poços e divididas em dois grupos. Um grupo foi tratado com ácidos graxos insaturados nas concentrações de 10uM, 25uM, 50uM, 75uM, 100uM, 500uM por 7 dias, sendo realizada a troca do meio de cultura suplementado com ácidos graxos a cada 48 horas. Ao final de uma semana as células foram tratadas com o quimioterápico Sunitinib nas mesmas concentrações. O outro grupo de células teve o meio de cultura trocado a cada 48 horas sem adição ácidos graxos e foram tratadas ao final de 7 dias com o quimioterápico Sunitinib.
Um segundo tratamento foi realizado seguindo o mesmo protocolo, porém as células foram tratadas com o quimioterápico Doxorrubicina. Após o tratamento, as células foram lavadas com PBSA e 1ml de formaldeído a 10% foi adicionado nas placas. As colônias formadas foram coradas com solução de cristal violeta a 0,05%, documentadas com fotos e contadas.
Cultura celular: Foram utilizadas as células do carcinoma hepatocelular HUH7 cultivadas em meio Dulbecco’s modified Eagle’s medium (DMEM).
Ácidos graxos: Foi utilizado o ácido octadec-9-enóico cuja forma molecular é C17H33COOH e peso molecular 282.46u.

Resultados

Foi possível observar uma menor citotoxicidade induzida pelo quimioterápico no grupo de células tratadas com ácidos graxos quando comparado ao grupo que foi tratado apenas com o quimioterápico, corroborando a hipótese de que a maior oferta de ácidos graxos insaturados para a célula mimetizando a superexpressão da enzima SCD1 pode estar na base do mecanismo de resistência que estes tumores apresentam.

Conclusões

A maior oferta de ácidos graxos insaturados para a célula é mediada pela enzima SCD1, a qual fornece ácidos graxos insaturados para as vias do AKT, PI3K e Wnt/ Beta-catenina. Uma vez ativas essas vias promovem proliferação celular e inibição da apoptose, mecanismos os quais podem estar na base do perfil de resistência que essas células apresentam. A melhor caracterização das vias moleculares associadas e dos detalhes dos mecanismos de resistência são os objetivos dos estudos subsequentes.

Palavras-chave

Carcinoma hepatocelular; quimioterapia, resistência.

Financiador do resumo

CNPQ

Área

Estudo Clínico - Tumores do Aparelho Digestivo Alto

Autores

MURILO HENRIQUE CORREA DA SILVA, ALETHEIA LACERDA DA SILVEIRA LUNA, SERGIO MESTIERI CHAMMAS, Daniel da conceição rabelo, LAERTTY GARCIA DE SOUSA CABRAL, rosely cabette barbosa alves, CAROLINA SECOLI COELHO, ROSA ANDREA NOGUEIRA LAISO, ARTHUR CASSIO DE LIMA LUNA, Durvanei Augusto Maria