Dados do Trabalho


Título

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE TUMORES RENAIS DO HOSPITAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO - IAMSPE

Introdução

O câncer renal corresponde a cerca de 1,8% das mortes relacionadas ao câncer, sendo a maioria carcinomas de células renais (CCR)¹, também conhecido como câncer de células renais. O CCR é responsável por entre 5% a 3% de todas as neoplasias malignas em homens e mulheres, sendo assim, o sétimo câncer mais comum entre os homens e o décimo câncer mais comum entre as mulheres². Dos tipos de CCR, 70% a 80% são carcinomas de células claras (CRCC), 10% a 15% são carcinomas papilíferos, 3% a 5% são CCR do subtipo cromófobo e cerca de 1% são carcinomas de origem dos ductos coletores. As demais variantes histológicas são consideradas raras, muitas delas de recente descrição na literatura médica ou ainda de recente incorporação à última classificação de tumores urológicos da OMS (2022). A estimativa foi que em 2018 o câncer renal tenha sido responsável por 2,2% dos novos casos de neoplasias malignas no mundo⁴.

Objetivo

Descrever a epidemiologia dos tumores renais na população do Hospital dos Servidores Públicos Estaduais do Estado de São Paulo - IAMSPE.

Métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo, do tipo observacional, aprovado pelo CEP, a partir de laudos digitalizados na base de dados do Departamento de Anatomia Patológica do Hospital dos Servidores Públicos Estaduais do Estado de São Paulo - IAMSPE entre os anos de 2017 e 2022. Estes dados foram compilados em planilha eletrônica e analisados estatisticamente. Foram utilizados os descritores “nefrectomia” e “nefroureterectomia”, sendo compilados segundo as seguintes variáveis: Idade, Sexo, Tipo histológico, Lateralidade, Dimensão, Estadiamento, Invasão linfovascular, Presença de Necrose, Status linfonodal, Grau histológico (ISUP), presença de características sarcomatóides/rabdóides e margens de ressecção. O estudo incluiu pacientes submetidos a nefrectomias e nefroureterectomias entre os anos de 2017 e 2022. Deste subgrupo, foram excluídos casos não neoplásicos ou de diagnósticos indefinidos. Os laudos com parâmetros incompletos ou ambíguos também foram revisados visando limitar os erros de registro.

Resultados

Com os descritores selecionados para a pesquisa, foram identificados 329 laudos histopatológicos. Dentre eles, 279 eram resultantes de neoplasias. As neoplasias primárias renais (271 casos) foram classificadas como epiteliais (255 casos) ou mesenquimais (15 casos) sendo que em um caso a lesão foi considerada inclassificável. Dentre as neoplasias epiteliais, 244 casos representavam neoplasias de células renais e 11 casos neoplasias uroteliais. Dentre os subtipos histológicos das neoplasias epiteliais de células renais, os mais incidentes foram os Carcinomas de Células Claras (65,99%), Carcinomas Papilíferos (16,80%) e o Oncocitoma (8,19%). Outros subtipos encontrados, em menor incidência, foram o Carcinoma Cromófobo (5,32%), Carcinomas de Células renais de tipo inclassificável (2,45%), Carcinoma de ductos coletores e a neoplasia renal multilocular cística de baixo potencial de malignidade (estes últimos com um caso cada).

Conclusões

Os tumores renais apresentam alta mortalidade no Brasil. O estudo realizado no Hospital dos Servidores Públicos Estaduais do Estado de São Paulo (HSPE - IAMSPE) evidencia dados que vão ao encontro da maior parte da literatura, no que se refere às características demográficas e histopatológicas.

Palavras-chave

Tumores Renais, Câncer.

Financiador do resumo

Área

Estudo Clínico - Tumores Urológicos

Autores

MARIANA ABDO DE ALMEIDA, João Guilherme Ferreira Bertacchi Bertacchi, Iggor Freitas Silva