Dados do Trabalho


Título

Avaliação de potencial prognóstico de CD26 e GAPDH associados à marcadores de malignidade em neoplasias de cólon e reto humanas

Introdução

A estimativa de novos casos de câncer no Brasil, aponta cerca de 704 mil ocorrências, sendo o câncer colorretal (CCR) um dos tumores mais incidentes para ambos os sexos. Na busca da medicina de precisão, marcadores que desempenham funções na progressão tumoral em CCR são frequentemente associados a marcadores de diferenciação, auto renovação e proliferação das células tumorais, que visem terapêutica e prognóstico. A avaliação do perfil molecular dos marcadores em neoplasias pode ser acessada por diferentes técnicas, no entanto não se compreende ainda o quão concordantes elas são.

Objetivo

Desta forma, o objetivo do estudo é descrever e avaliar os perfis de expressão gênica e a abundância proteica de CD26, GAPDH, Ki67, E-caderina, vimentina e CD133 associados ao tumor, em amostras de adenocarcinoma humano, como lesão primária, para análise de concordância entre métodos e definição de seu potencial prognóstico.

Métodos

Para tais análises, foram incluídas 35 amostras positivas e negativas de CCR provenientes do biorrepositório da UFMG (CAAE – 02177612.0.0000.5149). As informações dos pacientes e dos tumores foram obtidas pela coleta de dados nas solicitações e laudos de biópsia anatomopatológica dos segmentos colônicos. A avaliação da expressão gênica foi realizada pela técnica de qPCR, utilizando o RNA total dos fragmentos e Beta-actina como gene normalizador; todos apresentaram rendimento e integridade satisfatórios. A avaliação da abundância proteica foi feita por meio da técnica de imuno-histoquímica polimérica. A imunorreatividade de CD26 e GAPDH foi indicada pela imunomarcação nuclear e citoplasmática, respectivamente. A positividade de Ki67 foi expressa conforme diferença na marcação nuclear de células tumorais e saudáveis, independente da intensidade. Todos os dados gerados por ambos os métodos foram correlacionados às variáveis dos pacientes e dos tumores, além de avaliados quanto ao seu potencial prognóstico e de concordância entre as técnicas.

Resultados

Dados de imunomarcação evidenciaram a elevada reatividade citoplasmática de GAPDH e nuclear de CD26, bem como a alta positividade de Ki67 em amostras positivas ao CCR. Análises de correlações apontaram relações positivas entre CD26 e GAPDH, e entre Ki67 e GAPDH. Houve ainda, diferenças significativas entre as expressões gênicas de vimentina para o tumor, no entanto, o teste de acurácia demonstrou relevante sensibilidade e especificidade nas expressões de CD26 e GAPDH quando comparados os biogrupos. Além disso, nota-se intensa relação entre as expressões gênicas de CXCR4 e CD133, e GAPDH e E-caderina. As intensas marcações e expressões de GAPDH e CD26 foram primordialmente observadas em pacientes que apresentavam estágio avançado da doença e recidiva. Acredita-se que GAPDH e CD26 sejam bons marcadores prognósticos e seu desempenho é melhorado quando associado a demais marcadores de diferenciação e proliferação. Por fim, não foi constatada a concordância entre os métodos, no entanto, ambos evidenciam a elevada atividade gênica e proteica de GAPDH e CD26.

Conclusões

O estudo conclui que apesar de não haver concordância entre as técnicas elas se somam e ainda, aponta CD26 e GAPDH como bons marcadores prognósticos, em especial para tumores colorretais em estágio avançado e recidivado.

Palavras-chave

Câncer colorretal, prognóstico, GAPDH, CD26

Financiador do resumo

Fiocruz, CNPq e CAPES.

Área

Estudo Clínico - Tumores Colorretais

Autores

JESSICA VIIERA DE ASSIS, Ana Paula Garcia Vargas, Viviane Cristina Santos, Wander Jeremias de Jesus, Geovanni Dantas Cassali, Rafaella Fortini Grenfell