Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DA DIFERENÇA DE PREVALÊNCIA DE LESÕES CUTÂNEAS NAS CAMPANHAS DE PREVENÇÃO PRIMÁRIA REALIZADAS PELA LIGA DE ONCOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS EM 2021 E 2022 NAS CIDADES DE MORRO REDON

Introdução

O câncer de pele é, no Brasil, o mais frequente de todos, representando cerca de 30% dos tumores malignos. Entre os tipos de lesões, encontramos: Ceratose Actínica, Carcinoma Basocelular (CBC), Carcinoma Espinocelular (CEC) e o Melanoma. A exposição solar excessiva é um dos seus principais fatores de risco, além da pele clara, olhos azuis, cabelos loiros ou ruivos. Estudos epidemiológicos mostram que a tendência dessa neoplasia no Brasil, do tipo melanoma mais especificamente, é de aumentar.

Objetivo

Analisar comparativamente a prevalência de lesões cutâneas malignas e pré-malignas da campanha de prevenção primária e secundária do câncer de pele em duas cidades do interior do Rio Grande do Sul, promovidas pela Liga Acadêmica de Oncologia nos anos de 2021 e 2022.

Métodos

Trata-se de uma análise comparativa e transversal da prevalência de lesões de pele obtidas em uma campanha de prevenção primária e secundária promovida pela Liga Acadêmica de Oncologia da UFPEL nos anos de 2021 e 2022.
Os dados foram obtidos por meio da aplicação de questionários a todos os pacientes participantes da campanha para a investigar a presença de lesões de pele. Desse modo, todos os pacientes foram submetidos ao exame físico dermatológico completo, com o registro das lesões sugestivas de malignidade. Assim, de acordo com os achados da dermatoscopia, as lesões puderam ser classificadas em suspeita de carcinoma basocelular (CBC), suspeita de carcinoma espinocelular (CEC), melanoma e ceratose actínica. Vale ressaltar que os exames físicos foram realizados por médicos dermatologistas e que a coleta dos dados dos anos de 2021 e 2022 foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da UFPEL sob registro 4.999.020 e 5.682.275.

Resultados

Foi possível realizar uma análise comparativa da quantidade total de lesões cutâneas entre os anos de 2021 e 2022. Na campanha de 2021, 187 participantes foram analisados, e foram detectadas 88 lesões malignas ou pré-malignas, o que corresponde a uma proporção de lesões por paciente de 0,47. Nesse ano, 62 lesões foram suspeitas de serem ceratoses actínicas, 15 de serem CBC, 9 de serem CEC e 2 de serem melanomas. Na campanha de 2022, por sua vez, foram analisados 200 pacientes, e foram detectadas 162 lesões malignas ou pré-malignas, o que corresponde a uma proporção de lesões por paciente de 0,81. Nesse ano, 111 lesões foram suspeitas de serem ceratoses actínicas, 30 de serem CBC, 19 de serem CEC, e 2 de serem melanomas. Com isso, tem-se um aumento de 79,03% no número de ceratoses actínicas, de 100% no número de CBC, de 111,1% de CEC e de 0% no de melanomas.

Conclusões

Os resultados demonstram que houve um aumento do número de lesões suspeitas identificadas na campanha realizada em 2021 para a de 2022, apesar de o número total de participantes ter sido semelhante nos dois anos. Entretanto, o estudo apresenta vieses como número limitado de participantes e realização durante a pandemia de COVID-19 em 2021. Apesar disso, o aumento evidencia a necessidade do rastreio contínuo para detecção precoce de lesões a fim de se promover o tratamento com melhor prognóstico.

Palavras-chave

- Campanhas
- Lesões Cutâneas
- Prevalência

Financiador do resumo

Área

Estudo Clínico - Tumores Cutâneos

Autores

GABRIEL MARCELO RIBEIRO ROCHA, Giovanna Righete de Albuquerque Lima, Vinicius Maia Silva, Gustavo Santana dos Santos, Victor Fagundes Santana, Ester Larissa Tamura