Dados do Trabalho


Título

Câncer colorretal e sua correlação com o consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil

Introdução

O câncer colorretal é uma das neoplasias mais incidentes e relevantes no Brasil
e no mundo. Estudos recentes classificam o câncer colorretal como terceiro mais
incidente no Brasil, com cerca de 40 mil novos casos por ano. Esse cenário
crescente de neoplasias colorretais demanda o reconhecimento dos fatores de
risco envolvidos e cenário epidemiológico, e há fortes indícios de que a alta no
consumo de alimentos ultraprocessados está diretamente relacionado com esse
quadro.

Objetivo

Evidenciar a correlação entre a alta incidência de câncer colorretal com o
aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e caráter dietético no
Brasil nos últimos anos, como possível causa para o aumento da incidência
dessa doença no país.

Métodos

Revisão e análise comparativa de dados epidemiológicos publicados por
instituições governamentais – Ministério da Saúde, Instituto Nacional do Câncer
(INCA), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Agência Internacional para
Pesquisa em Câncer (IARC) – entre o período de 2002 e 2020. Foram revisados
artigos científicos na literatura disponível no PubMed e BMJ.

Resultados

O câncer colorretal tem se tornado um dos mais relevantes em todo o mundo,
sendo o terceiro mais incidente, com maior prevalência no sexo masculino. No
Brasil, esse câncer ocupa a mesma posição, com cerca de 40 mil casos por ano,
ficando atrás apenas do câncer de mama e próstata. Dentre os fatores de risco
para o desenvolvimento da doença estão a obesidade e o tabagismo, com
ênfase no consumo de ultraprocessados. A substituição dos alimentos
convencionais por essa dieta “artificial” tem ocorrido nos últimos anos; no ano de
2002 esses alimentos representavam 12,6% das calorias totais da dieta
brasileira e em 2019 aumentou para 18,4%. Um estudo de coorte evidenciou que
o risco de câncer colorretal pode aumentar em até 29% ao consumir
ultraprocessados em relação a não consumir. Essa relação do consumo de
ultraprocessados, em especial carne processada, ocorre pela presença de
substâncias cancerígenas como aminas heterocíclicas, hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos e nitrato.

Conclusões

Os alimentos ultraprocessados favorecem a incidência de câncer colorretal tanto
direta quanto indiretamente. Os dados epidemiológicos deixam clara uma
relação alarmante entre o consumo de ultraprocessados e da incidência de
câncer intestinal no Brasil. Assim, é necessário que os órgãos de saúde
nacionais fortaleçam o ramo da saúde básica preventiva afim de retardar esse
crescimento pelo estímulo do maior consumo de alimentos in natura e
minimamente processados em relação aos industriais.

Palavras-chave

Câncer no Brasil; Ultraprocessados; Câncer Colorretal

Financiador do resumo

Área

Estudo Clínico - Tumores Colorretais

Autores

ARTHUR VIANA TAVARES, CAMILA KRETT DORTE, LUIZA MENDONÇA DE MACEDO, BRUNA GROTTO DE ALMEIDA, GABRIELE SANTOS MEDEIROS, ARTHUR CÁSSIO DE LIMA LUNA