Dados do Trabalho


Título

RANTES e IL-12 como adjuvantes na imunoterapia com células dendríticas para o câncer de mama

Introdução

As células dendríticas, chave na apresentação de antígenos em contextos tumorais, fazem da imunoterapia uma abordagem promissora contra a neoplasia mamária, a principal entre mulheres. Vacinas baseadas nessas células têm sido usadas clinicamente por décadas. No entanto, alguns casos não alcançam regressão total, e dada a letalidade das metástases em câncer de mama, busca-se protocolos mais eficazes.

Objetivo

O estudo comparou a eficiência do protocolo tradicional de vacina de células dendríticas com um novo que inclui citocinas antitumorais e quimiocinas intensificadoras. A avaliação foi feita em camundongos com carcinoma mamário, observando volume tumoral e áreas metastáticas em pulmões e fígado.

Métodos

Trata-se de uma pesquisa experimental, in vivo, aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) sob o parecer 23085.005932/2022-75. Camundongos da linhagem Balb/c, portadores de neoplasias induzidas pela linhagem celular 4T1 - análoga ao carcinoma mamário triplo negativo humano -, foram distribuídos em dois grupos distintos: o primeiro submetido ao tratamento pelo protocolo convencional (GP1) e o segundo ao novo protocolo (GP2). Uma semana após a administração da última dose vacinal, espaçada semanalmente, os camundongos foram submetidos à eutanásia. Seus pulmões e fígados foram coletados para a elaboração de cortes histológicos. Subsequentemente, mediante a técnica de coloração Hematoxilina-Eosina e análise por microscopia óptica, quantificou-se os pontos e a extensão das regiões metastáticas.

Resultados

Os resultados mostraram que o novo protocolo apresentou maior eficiência na supressão tumoral, quando observado o volume tumoral, em comparação ao protocolo convencional quando observado a média (GP1: 0,2667 e GP2: 0,2). No entanto, no que tange às metástases, o novo protocolo mostrou uma maior supressão das metástases pulmonares quando comparado à supressão metastática hepática. Os achados reforçam a interpretação de que o novo protocolo demonstrou um efeito superior na supressão do foco primário do tumor. Além disso, quando quantificadas as metástases pulmonares e hepáticas nos animais tratados pelo novo protocolo, houve uma proteção pulmonar mais evidente em relação ao protocolo convencional (GP1: 0,6 e GP2: 0,3).

Conclusões

Conclui-se, portanto, que o tratamento do câncer de mama por meio de vacinas de células dendríticas, seja pelo protocolo convencional ou pelo novo, mostrou-se eficiente na contenção da progressão tumoral e no controle de metástases no pulmão e fígado. Contudo, o protocolo inovador demonstrou maior eficiência na supressão do tumor primário e no controle de metástases pulmonares, servindo de evidência para a necessidade de transpor tal protocolo para o âmbito clínico.

Palavras-chave

Imunoterapia; Células Dendríticas; Câncer de mama.

Financiador do resumo

FAPEMIG

Área

Estudo Clínico - Tumores de Mama

Autores

NATHALIA CAROLINE DO NASCIMENTO, MURILO Porfírio de Aguiar, Julia Hailer Vieira , Claudio José Silva, Márcia Antoniazi Michelin