Dados do Trabalho


Título

Avaliação da força de preensão palmar de mulheres submetidas a quimioterapia neoadjuvante no tratamento de câncer de mama

Introdução

O tratamento do câncer de mama avançado por quimioterapia neoadjuvante é frequentemente utilizado, visando a redução do tumor, possibilitando cirurgias mais conservadoras. Os fármacos, como os antracíclicos e taxanos, utilizados nessa terapia, podem gerar degradação muscular e neural, interferindo na força e função muscular de mulheres submetidas ao tratamento. A avaliação da força de preensão palmar pode ser utilizada como indicador de força global, sendo aplicada em testes de aptidão física.

Objetivo

Avaliar o efeito do tratamento neoadjuvante na força de mulheres em tratamento neoadjuvante para o câncer de mama.

Métodos

Ao todo foram avaliadas 40 mulheres. O primeiro grupo era composto por 20 mulheres, com média de idade de 46 (±11,6), diagnosticadas com câncer de mama e submetidas ao tratamento neoadjuvante, composto por oito ciclos, com um intervalo de 15 a 21 dias entre ciclos. O segundo grupo, denominado grupo controle, era composto por 20 mulheres com média de idade de 40 anos (±11,6).
A lateralidade preferencial dos membros superiores foi investigada por meio do questionário de preferência de dominância. Por meio de um dinamômetro digital, a força de preensão palmar foi avaida, realizando a média das três repetições para ambos os membros. As avaliações foram feitas antes do primeiro ciclo de quimioterapia (C1) e do quinto ciclo (C5), e após o oitavo ciclo (C8) de quimioterapia neoadjuvante. O grupo controle foi realizado em um único momento. A análise estatística foi feita pelo teste Wilcoxon, sendo adotado um nível de significância de 5%. Estudo submetido e aprovado pelo CEP-HCFMRP-USP, processo 4.188.751/2020.

Resultados

A análise dos dados apontou que houve diferenças significativas na força de preensão palmar entre C1 e grupo controle (p = 0,018), entre C5 e grupo controle (p = 0,02) e entre C8 e grupo controle (p = 0,04), ambos avaliando o membro superior preferencial. Para o membro superior não preferencial, foi observada diferença significativa na força de preensão palmar entre C5 e grupo controle (p = 0,023) e entre C8 e grupo controle (p = 0,06).
Quando comparados entre os ciclos não houveram diferenças significativas, tanto para o membro superior dominante - entre C5 e C1 (p = 0,601), entre C8 e C1 (p = 0,550) e entre C8 e C5 (p = 0,526) - quanto para o não preferencial - entre C5 e C1 (p = 0,588), entre C8 e C1 (p = 0,286) e entre C8 e C5 (p = 0, 286).

Conclusões

Diante os resultados obtidos, é possível concluir que o tratamento neoadjuvante interferiu na força de preensão palmar, quando comparado, a mulheres que não realizaram o tratamento. Indiretamente, essa medida interfere no estado geral da força de mulheres em terapia, durante os ciclos avaliados.

Palavras-chave

Terapia Neoadjuvante; Neoplasias da mama; Força da mão.

Financiador do resumo

O presente estudo foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

Área

Estudo Clínico - Tumores de Mama

Autores

TAMIRES COELHO DE ALMEIDA, CATARINA CLAPIS ZORDÃO, Andrezza Moraes Flórido, Carolina Mestriner, Raquel Michelini Guerero, Elaine Caldeira de Oliveira Guirro